O blogger é atualizado de acordo com as batidas do meu coração. É um prazer tê-los comigo.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

APOSTANDO NA VIDA REAL

"Casei-me com 16 anos, grávida de 3 meses e completamente apaixonada, fissurada, enlouquecida de amor pelo único e idolatrado homem da minha vida. M. tinha 5 anos a mais do que eu. Era lindo! E ficou feliz em nos casarmos. Na hora do sim, o padre perguntou-lhe se eu era o biscuit  de cima do bolo ou a noiva de carne e osso. De fato, eu era uma boneca. Formávamos um belo casal.  Meus pais lutavam com mais dificuldade, enquanto os dele, tinham uma vida  estabilizada, e assim, fomos morar em uma casa  que os pais dele nos cedeu. Nossa casa tb parecia de boneca. Tudo na minha vida parecia um conto de fadas! M. trabalhava como técnico em informática de uma empresa, e às vezes viajava para dar assistência nas filiais. Eu chorava...não sabia dormir sem estar abraçada nele. Nosso filho nasceu, e tudo continuou encantado. Nunca me pesou desempenhar o papel de mãe aos 16 anos. Eu não sentia falta de nada. Tinha minha casa de boneca, meu bebê e meu príncipe. Fiquei grávida pela segunda vez.  Nasceu outro menino lindo! Eu tinha praticamente gêmeos, os dois mamavam no peito. M. me ajudava mais do que eu poderia imaginar que algum marido o fizesse. Vivíamos os quatro grudados. Queria muito uma menina, e ele concordou de tentarmos. Quando meu caçula tinha 4 anos, engravidei. 
Minha gestação corria muito bem, estava de 6 meses, e era mesmo minha tão sonhada menina! Entardecia quando ele chegou do trabalho e não me deu o beijo de sempre. Entrou depressa e quando cheguei no quarto ele estava com a cabeça entre as mãos, assentado na cama, com uma bolsa perto dos pés. Posicionei-me ao lado dele, que se voltou para mim, quase com raiva, segurou-me pelos braços e falou alto:"estou indo embora de casa, me apaixonei por outra mulher. Isso aconteceu  dois meses atrás, e não posso mais suportar essa situação. Estou indo morar com ela, mas  vou continuar dando assistência a vocês". Como eu ia desconfiar daquele futebol no clube aos domingos pela manhã? Ele nunca modificou sua maneira de ser. Transávamos bem menos, mas não era porque eu estava grávida? Realmente nas outras gestações isso nunca foi empecilho, mas...era a nossa menina, pensei que ele estivesse sendo mais cauteloso. Ele realmente passou a chegar em casa domingo à noite, antes chegava para o almoço, mas acreditei que fosse para me poupar de fazer almoço, já que as crianças sempre ficavam com minhas irmãs no domingo.
Minha bonequinha nasceu linda. Fui mãe novamente, logo quando voltei a ser filha. Assim que ele se foi, mudei-me com as crianças para casa de meus pais, dormia no canto da cama da minha mãe. Chorava quase 24 hs. Fui definhando aos poucos. Dessa vez não tive leite. Quando minha filha completou 1 ano, ele chegou lá em casa da mesma forma que partiu, de modo intempestivo, foi entrando sem cumprimentar ninguém. Mais uma vez fui atrás dele. A cena foi a mesma, cabeça entre as mãos, assentado na cama, me pegou com força pelos braços e disse" Me perdoe pelo amor de Deus. Fiz uma besteira sem medidas e nem sei te explicar porque. Acho que não era eu! Por favor, me aceite de volta." Estava em prantos. Nem precisei aceitá-lo de volta, já que nunca tinha o deixado ir. Voltamos para a casa em que morávamos. Todos ficaram contra mim. Comecei a trabalhar. Já não era mais a mesma, entendi o que sempre ouvi - sofrimento modifica a gente. Mas o amava com a mesma obsessão. Até que ele arrumou outro caso, e depois outro, e depois outro. Nunca me separei dele. Os filhos cresceram e com os anos, eu diminuí - nos sonhos, nas esperanças, na vitalidade. Hoje faço 46 anos, e chegou meu primeiro neto. Estou muito feliz! Continuamos, lado a lado, não juntos. Dormimos em quartos separados, ele tem suas amantes, eu tenho meus filhos, minha casa, meu trabalho, muitos amigos, minhas viagens, e agora, um  neto! M. é um grande amigo. Trocamos idéias, quando fiquei doente, ele não soltou a minha mão, não somos um casal, mas somos parceiros. Ainda fiz sexo com ele por  muito tempo, misturando-me às suas amantes. Depois perdeu o sentido. Não sinto falta. Guardo comigo as lembranças do conto de fada que eu, sem dúvida nenhuma, vivi com toda intensidade que me foi possível. O castelo desmoronou, mas eu fiquei de pé".
Querida J. você ainda é tão jovem, já é avó, já viveu tantas coisas, mas tem tantas outras que poderá viver. Basta fazer essa opção. Guarde com vc o conto de fadas, mas busque viver uma vida real. Aposte em vc, em uma relação de verdade que vc ainda não viveu.Viver apostando em um conto de fadas aos 16 anos é compreensível, mas viver apenas dessa lembrança aos 46? Não faça isso com vc! Vc merece mais. Saia do castelo que vive dentro de vc e vá de encontro ao mundo real! Dê-se essa chance! Bjos

3 comentários:

Jackie disse...

Queria uma noticia boa, de que essa pessoa abandonou para sempre a lembrança do castelo e passou em viver em uma casa real, com uma pessoa real, que a ame, que a valorize, que faça sexo com ela, que dêem boas gargalhadas juntos, enfim, que sejam felizes.

M. disse...

Nossa....sem palavras...
Chorei ao ler essa historia...
Essa mulher é uma heroina....msa precisa de um HOMEM (isso mesmo com letra maíuscula, pois esse "marido" não foi homem pra ela) de verdade ao seu lado, que a faça muito feliz...pois ela merece...
E pense J. "Nunca é tarde para amar !!!"

Anônimo disse...

Gente..uma adolescente q viveu tudo q ela viveu, pode parecer conto de fadas. Mas pra ela foi mais do q real, aconteceu td q ela idealizou. E foi feliz até q... Aí começa outra história, uma outra realidade diferente. Qtas histórias ela ainda poderá viver? Qtas ela quiser, todas serão reais, ainda mais depois dos 40. A felicidade nem sempre encara a realidade, ela nasce de um sonho, uma esperança, um conto de fadas.

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