Nesse
final de semana onde todos os canais de televisão falavam de amor, deparei-me
com um programa onde um belo rapaz de 27 anos, deveria decidir entre três candidatas
(pré-selecionadas por ele entre outras dez) para ser a sua namorada. Ele
deixava transparecer a dúvida que o consumia - suava, andava de um lado ao
outro, fitava cada hora uma delas demoradamente. Até que a apresentadora chamou
uma terapeuta de casal ao palco para lhe dar algumas dicas. E eu amei! E ele
também, já que se decidiu logo após ouvi-la.
A primeira tinha 18 anos, lindíssima, roupa ousada sem ser vulgar, simpática e
segura de si. A segunda tinha 20 anos, muito bonita também, cabelo longo, muito
loira, um pouco mais comportada, mas também sensual e falante. A terceira tinha
29 anos, nada bonita, meiga, aparelho nos dentes, cabelo curto, roupa bem
talhada mostrou-se tímida, apesar da boa conversa.
A
terapeuta fez a sábia e óbvia observação, (que de tão óbvia costuma passar
despercebida) de que a beleza deveria ser o último quesito a ser levado em
consideração ao escolher a companheira, já que sempre haveria no mundo uma
mulher mais bela do que a escolhida por ele. Que beleza não era qualidade
intrínseca de uma atração física, essa sim, a ser levada em conta. Enquanto ela
falava ele mantinha os olhos fixos nela, atento, absorvendo cada palavra, como
se dependesse disso a sua escolha final. Achei muito interessante a dica de que
a decisão deveria vir antes de tudo da(s) particularidade(s) - um gesto, um jeito,
uma forma de falar, de sorrir, de assentar - que lhe tocasse verdadeiramente.
Antes que ela completasse essa frase ele disse "já me decidi". E
escolheu a que eu imaginei que seria a primeira descartada. A mais velha entre
elas, a menos bonita, a que tinha aparelho nos dentes e não mostrava pernas e
nem seios. Percebendo o manifestado espanto da platéia ele disse "desde o
minuto que entrei no palco, adorei o jeitinho dela (esse "jeitinho"
não há como interpretar, só ele via), ao falar adorei o seu timbre de voz, ao
me aproximar para dançar seu perfume foi o mais delicioso, e ao me afastar ela
sorriu e surgiu aquela covinha do lado esquerdo que foi minha a
perdição".
Enfim
a primeira impressão é singular antes de tudo para os olhos de quem vê.
E
essa dica de encontrar nele(a) o diferencial “jeitinho” que somente
ela/ele é portador, achei sensacional – simples e certeiro!