O blogger é atualizado de acordo com as batidas do meu coração. É um prazer tê-los comigo.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Saudade

Saudades do abacateiro da casa da minha avó. Lá ficava a rede onde deitava para olhar o céu estrelado morrendo de medo da noite. Não sei porque temia o escuro. Adoro o escuro. O cheiro de fim de tarde adocicado que exalava das florzinhas roxas e brancas do pequeno pé de manacá. O vento morno. Meu avô dando corda no relógio antigo. O som do piano da minha avó, e eu. Saudades de mim. Cresci ali. Morava com meus pais, mas crescia só ali. Na biblioteca enorme, com escada para ter acesso as últimas prateleiras. O Primo Basílio lido em um fim de semana. "Minha filha, assim você prejudica as vistas"
Saudade de não desconfiar das pessoas. Saudade de um tempo onde não conhecia as decepções. Saudade de nunca ter sido magoada. Saudades do balanço daquela rede.Saudade do colo da minha avó, das suas mãos nos meus cabelos: "A vovó já está vendo você daqui a alguns anos, uma mulher inteligente, corajosa, amada e muito feliz."
Saudades de quando eu só tinha medo da noite. Saudade de acreditar nas doces profecias da minha avó.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Amor bipolar

"Não amo mais você”. 
"Não é mais essa relação sem graça que quero para minha vida”. 
“Quero viver com mais emoção”. 
“Vou embora”
Mensagem no celular: “Você faz falta.”  Chega sem muita conversa e a noite é maravilhosa. Café da manhã compartilhado, e um olhar que diz sem precisar de palavras "com você me sinto tranqüilo”.  
À noite, a TV assistida da cama é testemunha dos pés que se tocam. Outra noite. Tudo tão tranqüilo que no dia seguinte você deixa de existir: “Eu já disse que não te amo mais”.
E você cansada, toca a sua vida, quando escuta o sinal de outra mensagem no celular “sinto falta de você”. Mais uma noite a dois. No dia seguinte não há diferença entre a porta do quarto e a sua pessoa: “Mas eu já disse que não amo mais você”. Uma bandeja de café da manhã na cama. "Você é uma boa pessoa, mas não amo mais você". 
Por meses você vive em cima de um “step”. Louca para descer. Parece acorrentada – um sobe e desce estressante, dói as pernas, o corpo e a alma. E o outro segue oscilando em uma loucura negada. “Eu estou ótimo. Apenas não te amo mais”. A boca que diz é a mesma que beija. "Já sei, você não me ama mais"
Te põe aqui, te põe lá, te joga longe e te trás pra perto, em um amor bipolar do qual você não pode reclamar, sob a pena de ouvir que "Você sabia que não era mais amada". A mão que dá tchau é a mesma que te toca. Palavras e atitudes em pontas opostas da mesma gangorra. 
Esperar não é o mesmo que aceitar. Relacionamento normal precisa de  cuidado. Quem não se cuida não pode cuidar do amor. Já percebeu que você também está se tornando um bipolar? Nessa dança ele dá o tom e você "ginga" no ritmo que ele quer – agora é rock, daqui a pouco é samba, depois é funk, e você lá, como marionete. De repente ele te deixa sozinho na pista:
“Não quero mais você como par!" 
"Você não sabe dançar." 
"Você pisa no meu pé!”  
Mais uma vez ele te expulsa do salão. Um dia depois ele te puxa novamente para dançar. Agora é um tango, e você vai.  Adoeceu junto com ele
Longe de você ele acredita que vai encontrar a felicidade que almeja. Porque bipolares são assim – procuram algo para justificar a infelicidade deles, a angústia deles, a má sorte deles. Se eles vão embora, é certo que se arrependerão. Se ficarem serão infelizes porque não foram embora. É um ciclo vicioso que maltrata todos os envolvidos. Há apenas dois caminhos – ou a doença é aceita e tratada, ou você  enlouquece com ele. Ah! Tem sim mais outro caminho – você desiste e vai embora! Definitivamente.E não se esqueça, qualquer que seja a sua escolha, vá se tratar também. Até porque vai chegar o dia em que ele vai ao fundo do poço e vai procurar você mais uma vez. Ninguém sai ileso de uma relação bipolar. 

sábado, 24 de março de 2012

Ontem, chorei

Há muito não lia algo que se encaixasse tão perfeitamente ao meu momento. Tenho chorado muitos e muitos dias: de ontem, de hoje e ainda de alguns amanhãs... Mas já começo a sentir minha liberdade chegar, porque choro com um objetivo - deixar de chorar e nunca mais sequer pensar em nada, nem  em ninguém que hoje, ainda(ainda!) detém o poder de me fazer tanto sofrer. Tudo isso vai passar, e nem vou mais lembrar. Enquanto pude querer, quis. Enquanto pude fazer, fiz. Agora é hora de novas construções. 
"Ontem, chorei.
Cheguei em casa, meti-me no quarto, sentei-me na beirinha da minha cama,
tirei os sapatos, desapertei o sutiã  e chorei um bom bocado.
Acreditem que chorei até o meu nariz pingar para cima da minha blusa de seda
que comprei a prestação.
Chorei até ficar com as orelhas quentes.
Chorei até ficar com uma dor de cabeça tão grande,
que mal conseguia ver a pilha de lenços de papel sujos acumulada no chão, aos meus pés.
Quero que saibam que ontem chorei um bom bocado
Ontem chorei
por todos os dias em que estive tão ocupada, ou tão cansada, ou tão irritada, que nem consegui chorar.
Chorei por todos os dias, e todas as maneiras e todos os momentos em que eu desonrara, desrespeitara e desligara o meu eu de mim própria, e acabara por vê-lo refletido na maneira como os outros me faziam as mesmas coisas que eu já fizera a mim própria.
Chorei por todas as coisas que eu dera para depois me roubares;
por todas as coisas que pedira e que ainda não se tinham concretizado;
por todas as coisas que conquistara para depois as dar a pessoas em circunstâncias
que me deixavam com uma sensação de vazio, magoada e simplesmente usada.
Chorei, porque realmente chega uma altura da vida em que a única coisa que nos resta fazer é chorar.
Ontem chorei.,
Chorei, porque sofria,
Chorei porque me fizeram sofrer.
Chorei, porque o sofrimento não tem para onde ir,
a não ser para dentro da dor que o causou à partida, e quando lá chega, o sofrimento desperta-nos.
Chorei, porque era demasiado tarde. Chorei, porque era chegada a hora,
Chorei, porque a minha alma sabia que eu não sabia que a minha alma sabia de tudo o que eu precisava de saber,.
Chorei com toda a alma, ontem, e soube-me tão bem.
Pareceu-me tão, mas tão mal.
Por entre o meu choro, senti a minha liberdade chegar.,
Porque
Ontem, chorei com um objetivo"

terça-feira, 20 de março de 2012

E assim, morreu um lindo jardim

Um dia resolveu que ia construir um jardim imenso, a dois. Teve medo. Era preciso muito investimento e as pessoas diziam: você não tem nenhuma garantia de retorno. Não tinha. Mas amava imaginar aquele jardim imenso, colorido, repleto de borboletas, perfumes e cheiro de terra úmida, então, jogaram-se nesse sonho, os dois. Foram anos escolhendo cada muda, afofando a terra, fazendo as covas, plantando, aguando, tirando ervas daninhas. Não se cansavam, tudo foi feito a quatro mãos, sem reservas de investimento. O jardim exigia empenho e não desculpava um cochilo sequer, de nenhum dos dois. Às vezes aparecia algum inseto intruso e colocavam remédio, e de cócoras iam procurando qualquer vestígio de praga, os dois. Apenas uma vez ela ficou cansada, uma única vez, e por pouquíssimo tempo, o jardim não perdoou. Murcharam as rosas amarelas, suas preferidas. Perguntou ao parceiro porque não cuidara delas - tinha que escolher, sozinho não dava tempo de cuidar de tudo. Ela entendeu que descuidar do seu paraíso poderia ser fatal. E seguiram em dupla.Um dia foi a vez dele. O cansaço lhe abateu e ele deixou de lado o jardim. Ela ficou triste, colheu-lhe flores, mostrou-lhe as novas borboletas que  sobrevoavam por ali, contou-lhe sobre uma nova muda de alfazema, e nada. Sentiu-se só. Desinteressado ele disse: "Perdi o prazer de cuidar do nosso jardim. Não sei explicar. Também estou triste. Não queria que fosse assim, mas quero outros jardins. As ervas daninhas que sempre arranquei sem sacrifício, agora me aborrecem. Cansei também dessas mesmas borboletas coloridas que amava olhar. Não aguento mais ver as mesmas variedades de flores que antes me encantavam. Enjoei desses mesmos aromas que durante todos esses anos me faziam fechar os olhos e suspirar. Chega desse jardim." 
Ela resolveu que continuaria cuidando de tudo. Sozinha. Pelos dois e para os dois. Amava o jardim que semearam e cuidaram juntos por tantos anos. Aguentou  por um tempo. Mas não deu conta. Pesou-lhe  ficar de cócoras catando as ervas daninhas sozinha. E assim, morreu um lindo jardim.

domingo, 18 de março de 2012

Uma carta para mim



Querida eu mesma,
Que sensação boba é essa de  desamparo, de sonhos partidos, de futuro roubado?
Onde está aquela adolescente sedenda por justiça que foi suspensa da escola por mais de uma vez por afrontar o arbitrário e  tradicional colégio de freiras ao defender a colega que era alvo de perseguição apenas por proferir outra crença religiosa?
Que sensação de desamino, de fracasso, de revolta que anda te consumindo?
Onde está aquela estudante corajosa que lá nos idos de 1980 passou a madrugada rodando as ruas da cidade grande junto a uma colega, sem nenhum dinheiro no bolso e nem onde se instalar porque ao defendê-la de uma injustiça racial, foi escorraçada da república onde moravam?
Que importa quem não te quis ou quem não entendeu nada?
Lembra quando você fazia parte do grupo da terceira idade do Centro Espírita e levou aqueles velhinhos solitários, humildes e sem esperanças para conhecer o mar? A emoção deles ao ver aquela imensidão! E sua vontade de chorar ao presenciar tanta felicidade, por tão pouco... 
É tão bom ser você, não é? Tanta gente te admira e te ama, esqueceu disso?
Velhice planejada, futuro escolhido, certeza de uma companhia boa, de cuidados mútuos, nada vai acontecer. E daí? Rasteiras da vida... Tenho certeza de que você se manteve no lugar certo. Pode continuar no mesmo passo, sem fardos. Você não se desviou, desviaram de você. Em uma encruzilhada, te deixaram. Tomou poeira no meio do caminho. Fazer o que? Enquanto tenta achar o retorno, aproveite para olhar a natureza a sua volta. Você não foi perfeita, mas foi inteira. Dedicou-se, empenhou-se, deu o que tinha para manter em “ordem” o que acreditou ser importante para todos. Você foi generosa. Só desistiu no último minuto. 
Eu sei...essa dor que te consome, te derruba, te suga qualquer possibilidade de acreditar. Não consegue dormir...Eu sei. Olha para frente e só vê um breu...Eu sei. Olha para a filha e chora...Eu sei. Medo? Mas você sempre deu conta! Na época de ser filha, sempre ocupou o papel de mãe. Ainda menina foi mãe sozinha, guerreira e incansável. Porque agora seria diferente?  Você é maior (não melhor) do que tudo isso. Muito maior. Você se doou de verdade, sem culpas, sem falsos pudores, sem se esconder atrás de nada. Você foi você. Tudo que fez, faria de novo. É bom não ter nada do que se arrepender, não é? Sensação de dever cumprido não tem preço.
Chega de luta garota! Desistiu na hora certa. Tudo isso vai passar, e você, continuar.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Canção do Sonho Acabado


"Já tive a rosa do amor
- rubra rosa, sem pudor.
Cobicei, cheirei, colhi.
Mas ela despetalou
E outra igual, nunca mais vi.
Já vivi mil aventuras,
Me embriaguei de alegria!
Mas os risos da ventura,
No limiar da loucura,
Se tornaram fantasia...
Já almejei felicidade,
Mãos dadas, fraternidade,
Um ideal sem fronteiras
- utopia! Voou ligeira,
Nas asas da liberdade.
Desejei viver. Demais!
Segurar a juventude,
Prender o tempo na mão,
Plantar o lírio da paz!
Mas nem mesmo isto eu pude:
Tentei, porém nada fiz...
Muito, da vida, eu já quis.
Já quis... mas não quero mais..."

quinta-feira, 15 de março de 2012

Encantamento

Posto hoje, esse texto, publicado originalmente no dia 12/06 de um ano qualquer, como parte da 1ª fase da "Blogagem Coletiva de Amor aos Pedaços"- denominada Encantamento. http://publicarparapartilhar.blogspot.com/2012/02/blogagem-colectiva-amor-aos-pedacos.html
Foi escrito com o coração em uma época de absoluto encantamento, que só se desencantou, porque se desencantaram de mim. Coisas do amor. E do desamor. Vale relembrar.
Relacionamentos não são flores, certo? Depende.
Se você espera por flores com perfumes nunca sentidos, formas nunca vistas que piscam, giram e acenam, não. Nunca serão.
Mas há flores lindas que podemos apreciar, sentir o perfume, tocar e até cultivar. Flores com o poder de enfeitar a vida estão sempre ao alcance. Algumas vezes estão ao lado e não são vistas porque se está distraído. Obcecados por aquela flor “nunca vista” deixam morrer a que está no seu jardim.

terça-feira, 13 de março de 2012

Voltando a produzir pérolas


Ainda muito pequena, passando férias no litoral, perguntei a alguém onde o mar terminava. A consciência de sua infinitude foi o gatilho da minha inquietação, que permeia desde então, a minha caminhada.  Universo, Deus, vida e morte... E raramente consegui respostas satisfatórias – livros e mais livros, filmes, templos, religiões, pessoas especiais.  Poucas foram as coisas que não chegaram a ser objeto de dúvidas para mim, como por exemplo, a existência de Deus, de outros mundos, a imortalidade da alma e suas reencarnações.
Nunca fui um exemplo de racionalidade, mas sempre tive em mim a certeza de que há no mundo milhares de coisas que a ciência jamais explicará.  Não por incompetência, mas por falta de tecnologia que possa apreender “coisas” que estão além da matéria. Assim entendo.
Minha vida foi de insatisfações. Sempre. Tinha poucos momentos de trégua. A inquietação me incomodava inteira, como o grão de areia que se enfia no corpo mole da ostra causando-lhe dor, impulsionando-a na criação de algo firme que alivie sua dor - a pérola.  Assim, fui criando minhas pérolas - os conhecimentos que não me deixarão jamais. Mas aconteceu que uma única vez a inquietação foi embora, porque senti vontade de  me dedicar ao que acreditei que tinha conquistado para sempre – um amor fiel e leal, diferente de tudo o que testemunhara até então. Casa, filhos, cachorro e férias na praia, e fiquei quieta por um tempo, vivendo não aquilo que realmente era, mas o que eu idealizei que fosse (mas só descobri isso longo tempo depois).  Saí muito machucada, e dessa vez, não produzi pérolas, aliás, não produzi nada. 
Mas............... Como o universo é perfeito e nada acontece em vão, descobri que a decepção só existe nas relações estritamente humanas, que a efemeridade não ocorre quando a busca é pessoal - a única que é verdadeira e eterna. Assim, depois de confiar em um mundão de fantasias que eu criei, e cair, quero voltar a produzir pérolas.
O caminho do meio é uma das minhas buscas e frustração por não conseguir atingi-lo. Ainda. Sempre troco “isso” por “aquilo”, e muitas vezes o correto é manter-se entre “isso” e “aquilo”... Se tivesse agido com esse equilíbrio, não precisava ter deixado de lado minha busca pessoal, só para me dedicar a Romeu e Julieta, e, assim, quando a “temporada” terminasse, certamente não me sentiria tão vazia e desamparada. Quem foi mesmo que disse que não tirou lição nenhuma?
Li em um livro que “não encarnamos neste mundo para espreguiçar ao sol, mas para evoluir e servir ao mundo segundo o melhor de nossas capacidades. Quem agir assim, conscientemente, encontrará a felicidade”.  E é essa felicidade que voltou a ser o meu objetivo, sem fugas do mundo material, mas com consciência de que viver é muito mais do que isso que vemos por aí. Bem-vinda seja minha inquietação. Quero voltar a produzir pérolas!

terça-feira, 6 de março de 2012

Inácio

Meu filho,
nunca canso de buscar compreender o que aconteceu quando você me olhou pela primeira vez.  
Alguma coisa mudou em mim para sempre.
Através e a partir dos seus olhos imensos, acendeu uma luz, uma espécie de clarão, um portal que eu atravessei sem medo de me perder porque dentro dele tinha você, que me esperava, como sempre me esperou.
Fui entrando, senti-me segura e quis ficar mas... não era eu quem tinha que te guiar?
Meus caminhos cheios de pedregulhos e rachaduras, e ali o seu
e eu, entre galhos cobertos de flores vivas
podia ver o sol.
Desconfiei que você precisaria tão pouco de mim.
E eu tanto de você.
Saí cuidadosamente para não perturbá-lo,voltei a pisar nas minhas folhas secas. 
Quase me encolhi e fiquei para sempre.
Mas que mãe é essa que quer o refúgio ensolarado do filho recém-nascido?
Eu. Eu sou essa mãe. 17 anos se passaram e eu continuo querendo atravessar seus olhos e me refugiar na sua luz.
Tantas vezes faço isso e você nem percebe, como aconteceu hoje enquanto te ouvia ao telefone.  
Quanta maturidade, discernimento, coragem, sabedoria.
Tudo em você brilha alto, porque você é imenso.
Se pudesse ficava encolhida naquele canto encantado que você guarda dentro dos olhos.
Mas sei que sempre preciso voltar para que você possa seguir.
Todos os dias quando vejo o sol, digo bom dia a você.
Meu orgulho, meu mestre, verdadeiro amor.
Você faz a minha vida ser maior 
e eu, melhor.
Mesmo que todas as mãos do mundo continuem soltando a minha,
tenho seus olhos.
Te admiro, te amo, bato palmas para você
no gargarejo
para sempre.
Mãe



domingo, 4 de março de 2012

É preciso aprender a amar o amor

Ouvi de alguém que não amamos uma pessoa, amamos o amor que essa pessoa tem por nós. Se assim é, amamos o amor e não a pessoa. Gostei disso. Ajudou-me a mudar de foco. Não amo um homem em si, amo apenas o amor que ele destina a mim e que eu, retribuo. É claro que é isso que eu amo! Como não havia pensado nisso?  Não amo o olho azul ou preto, a maneira charmosa de andar, o sorriso de lado ou sua performance sexual. Essas características não têm o poder de confortar, de fazer feliz, de proporcionar segurança, de fazer rir. Há milhares de olhos azuis e pretos, de andares charmosos, de sorrisos de lado e de atletas sexuais soltos por aí. E isso não muda nada na minha vida, e nem na vida de ninguém, não é remédio, nem veneno, é apenas mais uma pessoa no mundo. Isso é apenas a forma, e o que faz a diferença é o significado.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...