O blogger é atualizado de acordo com as batidas do meu coração. É um prazer tê-los comigo.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

De onde surgiu essa guerra entre verdade e mentira?


Se “A” diz que ama sua parceira e a agride fisicamente, ele a ama mesmo? Antes, eu afirmaria que não. Hoje, digo apenas que não sei qual o conceito que “A” tem sobre o amor. Posso dizer que não aceitaria o amor de “A”, mas não posso dizer que ele está mentindo ao dizer que ama a esposa.
Qual seria a origem dessa crença na tal da verdade? De onde surgiu essa guerra entre verdade e mentira? Segundo Nietzche verdade e mentira são construções que decorrem da vida em grupo e dos códigos de cada grupo. O homem do grupo chama de verdade aquilo que o possibilite manter-se inserido no seu grupo, e chama de mentira aquilo que o exclui do grupo. A verdade e a mentira são ditas a partir do critério da utilidade ligada à paz do grupo. Assim, atos e escolhas pessoais que entrem em choque com o grupo, por não serem aceitos ou compreendidos pelos demais componentes, nunca são ditas. Portanto, em primeiro lugar, a verdade é a verdade do grupo. A verdade só se manifesta através da palavra, por mais que digamos que os olhos falam, que a respiração ofegante entrega, que o rubor nas faces condena, sabemos que só a palavra tem o poder de negar, afirmar ou confirmar. Mas sabemos também que palavras são metáforas que muitas vezes não correspondem com o real. O complicado ato de metaforizar ocorre no vácuo incerto do impulso nervoso e uma cena.
Enfim, existe verdade absoluta ou o conceito da verdade é algo pessoal? Tenho um amigo que escreveu que a verdade se encontra super valorizada ou corrompida. Concordo com ele.
B” pergunta ao marido se ele a trai com outra mulher e ele responde que não, só que ele sai com outras mulheres. Ele está mentindo, mas como diz Nietzsche é para evitar expor suas escolhas pessoais para não entrar em choque com o “grupo” (nesse caso a família constituída), e ser expulso. Isso seria o mesmo que aceitar que os fins justificam os meios. E justificam? Pessoalmente, acho que não. Não creio em relacionamento baseado na desconfiança. Mas também não conheço modelo ideal e nem acho que há receita. Acredito em códigos pré-estabelecidos entre duas pessoas que decidem investir em uma relação. Quem quebrar os códigos quebrou a confiança, agora, se nesse código cabe ou não traição ou omissão, isso é uma questão do casal. Ainda assim, o conceito de amor no qual eu acredito, não pede nada disso.
Enfim, para Nietzsche, o homem é o mestre da dissimulação, cuja tarefa específica é metaforizar o mundo em palavras e conceitos, e de ajeitá-lo de modo tal que o permita “existir mais um minuto”.  Será que isso é válido para que, relações fadadas ao fim, sobrevivam por mais alguns minutos? Particularmente, acho que não.
Quando amor é amor, como eu o concebo, tudo já está estabelecido. É amor e ponto final. Transcende verdades e mentiras.








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