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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Anseio da alma humana


O anseio pela ligação ao outro é eterno na alma humana, e essa aproximação só se concretiza com êxito quando os dois buscam, dão, sustentam, alimentam, recebem e tomam. Esse ritmo orgânico, não pode ser determinado pelo ego, pois é a expressão genuína de um processo legítimo e significativo que é impossível de ser transmitido à limitada capacidade humana de compreensão. O movimento para a fusão ocorre apenas através do amor no seu verdadeiro sentido, com todos os seus aspectos e manifestações.
Quando ocorre atração no plano físico, sem a participação do plano emocional, mental e espiritual, a experiência sempre é decepcionante, pois é uma representação superficial daquilo que a alma anseia. A consciência humana é limitada e na maioria das vezes a atração que se sente não é pela pessoa real, mas por uma imagem que a mente cria quanto ao que o parceiro deveria ser para atender a necessidades reais ou imaginárias. A pessoa real costuma ser ignorada e a pessoa que deseja insiste em sua ilusão e fica irritada quando a realidade desmente a ilusão. Poucos sabem realmente o que é o amor, e na ânsia por esse encontro, espalham vários "eu te amo" sem significado algum, como um rótulo estereotipado, usados para esconder sentimentos muito diferentes, em uma relação onde, mesmo inconscientemente, se usa o outro, explorando-o e manipulando. A experiência do amor consiste primeiro, em perceber a realidade múltipla do outro. Para tanto é necessário abandonar o ego e esvaziar-se. Só aí é possível deixar entrar o outro, para poder de verdade perceber e sentir toda a complexidade desse outro ser. Só sobre uma base sólida é possível efetuar uma troca de sentimentos. O aspecto do amor real é mais do que aceitar quem o outro é, é ter uma visão total da pessoa, incluindo seu potencial ainda não realizado. Essa visão do não - manifesto no outro é um grande ato de amor. A satisfação e o contentamento por que a alma anseia só podem ser conseguidos pela fusão com outra consciência.
Dois parceiros compatíveis precisam compartilhar determinadas idéias fundamentais sobre a vida e estar mais ou menos no mesmo plano de desenvolvimento espiritual. Discordâncias sempre haverão pois isso faz parte da diversidade dos seres humanos e contribui para o desenvolvimento de cada um. A liberdade de ter idéias diferentes é aceita e altamente construtiva quando os dois parceiros estão ancorados na verdade espiritual, pois quando a realidade espiritual é a meta final, existe apenas uma verdade que se aplica tanto às grandes questões vitais como às pequenas futilidades cotidianas. Para quem busca a realidade interior, as divergências não têm grande importância, pois logo se integram e se fundem na verdade do espírito que a tudo une. A satisfação que todos os seres almejam só ocorre à medida que seu desenvolvimento espiritual avança. Esse estado é mantido na medida em que os parceiros estão em movimento e na medida em que a destrutividade tenha cedido lugar a atitudes e comportamentos construtivos, expansivos e positivos. É comum os seres humanos ficarem estagnados, e ainda ficam surpresos quando o anseio pela unidade continua insatisfeito – relacionamentos desfeitos ou infelizes e atribuem a culpa ao parceiro, nas circunstâncias e na vida, esquecendo-se que só a partir de uma autocrítica profunda será possível uma busca consciente e um encontro verdadeiro.

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