Fui convidada para ser
madrinha do filho de uma amiga, e precisei frequentar um curso de batismo. E eu,
que sempre lutei contra tudo aquilo que não tivesse algum significado
para mim, escuto do ministrante do curso que o batismo na água é essencial para
nossa salvação pois é através desse ato que estamos dizendo a Deus: “serei seu servo e obedecerei seus mandamentos”.
Mas então quem não foi batizado está
condenado para sempre? Jamais será salvo? E, cá para nós, salvo de que? E outra
coisa, se o batismo nos salva para que nos esforçarmos para evoluir no decorrer de nossa existência?
Basta batizar e está tudo certo.
Quem respeita e auxilia
o próximo, mas não é batizado, está condenado? E em contrapartida quem é
batizado e chuta cachorro e maltrata o semelhante, está salvo? Obediência cega, não tem valor
algum... “Então estude a Bíblia”! Me disse uma amiga. Após 10 anos estudando em
colégio de freiras, convenhamos que foi o que mais fiz. Cresci escutando dizer
que a Bíblia é a palavra de Deus. Mas quem disse isso? Foi escrita por homens
como eu e você. Alguns dizem que eram homens santos. Não creio...
Quando eu ia a igreja e
era chegada a hora do dízimo, tinha que controlar meu desejo de olhar o quanto
cada fiel depositava na “sacola do dízimo”, agora ficou bem mais simples, basta
ver a porcentagem que cada religião determina que seja cumprida, e buscar
conhecer o contra-cheque do fiel. E
ainda ouvi que dízimo é questão de fé... Só se fé aqui tornou-se sinônimo de
culpa, como acontece desde a época da inquisição.
A igreja é contra o
divórcio, e daí? Quem tem que ser a favor é o casal que está infeliz.
Agora se o fiel crê que
seguir essa norma é mais forte do que seguir seu coração que está infeliz na
relação, é diferente, ele deve optar por ficar casado, enfim, ele fez sua opção.
O Deus no qual eu acredito nos quer em paz, feliz e acima de tudo, espera que
sejamos responsáveis pelos nossos atos. Não é preciso que nenhum representante
da palavra de Deus na terra interceda e determine nossos atos.
Considero uma
temeridade que simples mortais acreditem
que a palavra que professam em nome de Deus, seja a única lei indiscutível a
ser seguida.
Regras existem para que
sejam seguidas, mas para isso é preciso que se acredite nelas de corpo, alma e
coração. Caso contrário, você será apenas um robô obedecendo a comandos
externos. Em nome de Deus, igrejas, por
exemplo, expulsam pessoas que cometeram o adultério. Me poupe! Acha que Deus ia perder tempo com
isso? Violar a lei de Deus é maltratar o semelhantes, o resto é questão de
consciência, preferência, acertos pessoais.
Como uma igreja que
prega solidariedade e fala em nome de Deus, expulsa um servo? Ela deveria acolher
seus irmãos em Deus, lhe dar a mão, dar palavras de apoio e jamais os condenar. E, então, no momento em que o “irmão” erra, são
justamente eles quem vão lhe privar da
amizade, da compreensão, e do amor que Deus tanto pregou, expulsando-o? A época da inquisição já terminou!
Sou muito devotada a
Deus. Tenho uma fé que move montanhas, mas não deixo que homem nenhum, tão
mortal quanto eu, determine minha vida, seja ele pároco, pastor, papa, ou pai
de santo. Meu Deus é diferente... perdoa, acolhe, claro que Ele cobra, como todo
Pai, mas dá a mão quando preciso e me diz todos dia quando o sol nasce e mais
um dia amanhece “sinta-se livre”. E eu acredito Nele.
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