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terça-feira, 30 de abril de 2013

A vida imita a arte

Continuando com as novelas, ainda me surpreendo com a propagação do "vale tudo por amor". Ou melhor com o "vale tudo para se conquistar ou reconquistar um amor". Está no ar, em rede nacional,  uma mulher que simula uma agressão física levando o "objeto" amado aos tribunais, e um belíssimo homem que arma uma cilada para seu amigo de infância, condenando-o à prisão por 7 anos. No primeiro caso foi uma vingança pelo amor não correspondido, no segundo, uma armação para  conquistar a mulher amada por ambos.
Partindo do pressuposto de que a vida imita a arte, certamente isso existe em larga escala por aí. 
Há uma dose de loucura providencial ao amor. Quebramos regras e dogmas. Revemos conceitos e certezas. Rompemos barreiras geográficas, culturais, sócio econômicas, religiosas. Mas não podemos invadir. Para sempre haverá um espaço que é meu, para sempre haverá o espaço do outro. Eu não passei a existir a partir do encontro com esse outro que amo. A existência do outro não se deu a partir da descoberta do seu amor por mim. Há histórias anteriores a esse encontro. Há personagens mais antigos no enredo que merecem consideração. Não há justificativa possível para o desrespeito.  Até entre facções existe uma ética particular e, mesmo que sejam altamente questionáveis (e são) o fato é que existe um código de conduta. Na guerra todos conhecem as armas, conhecem o inimigo, o campo de batalha. Mas quando a luta é pela obtenção do ser amado é um vale tudo. Sem regras. Com armas de efeitos devastadores, usadas em campos desconhecidos, por um inimigo completamente disfarçado até o momento do ataque. Manipulação, mentira, armações e armadilhas. Um está desavisado e o outro o pega pelas costas, sem o mínimo pudor, afinal, "é por amor". Eu já fui vítima dessa guerra sem jamais ter participado dela. Fui pega sorrateiramente, enquanto estava distraída, olhando a lua, como todo apaixonado. Nunca entendi. Nunca revidei. Nunca me prestei a esse papel porque esse ato insano de "salvar o amor" a todo custo, só ocorre porque já se está insano, a ponto de não mais amar a si próprio. E, convenhamos, ninguém salva o amor, ninguém perde o amor, ninguém conquista o amor. No amor se ama e é amado. Fim. Para mim fica essa lição.
Não há armas no amor, um lado pode armar seu ataque com um canhão e não passar nem de raspão. Desperdiçando munição, sem jamais acertar o alvo.  Enquanto o outro lado, pode acertar a alma e coração, apenas com a sua existência.
Não creio jamais que exista qualquer luta em nome do amor. E se há, são todas inglórias. Basta ver o desfecho nas novelas, nos filmes, nos contos de fada, nos romances e... na vida real.
Por um amor a gente faz poesia, compõe música, planta lindos jardins. Mas essa consciência é só para os sãos, para os obsessivos sempre valerá tudo.

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