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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Sei que chegou a hora de sair

Me encolhi perante o mundo nesse último ano. Deixei de interagir com a realidade. Vivi no mundo das ideias. Disse mais “nãos” que “sins”. Perdi momentos. Me afastei de tudo. Mas foi um aprendizado, talvez, dos maiores que tive na vida. Sinto-me mais humana, mais tolerante, mais generosa. Percebo as pessoas com outros olhos, como se todos merecessem sempre uma chance, e merecem, mas saber é diferente de sentir. Eu já sabia, mas não sentia. Foi um período de solidão, e quando percebi, transformei-o em solitude - um isolamento voluntário onde busquei a paz em mim mesma. Consegui. Aos poucos vou redescobrindo que ter pessoas em volta de mim é como edredom no inverno. Chega de solidão. Me deixei de lado, só aguardando o que poderia ser. Não foi. E, mesmo certa de que certezas não existem, me arrisco a dizer que nunca será.
Queria poder fazer o parto de algumas frustrações. Mas não quero dar vida a sentimentos  que não levam a lugar algum. Descobri mais uma vez que não sei nada, e que, se não conheço nem mesmo a mim, não posso ousar acreditar que conheço os outros. Não conheço, mas ainda assim, estranhamente assim, me reconheço em alguns. 
Meu coração precisa parar de sair do peito. Tento acolher quem nem pediu abrigo. Quero curar dores alheias, que acabaram por se tornar mais minhas que do outro.
Uma tempestade se anunciava. Não dei atenção... não fechei portas nem janelas e ainda achei que meu jardim interno, agradeceria a terra molhada. Mas nada floresceu. Ou melhor, claro que floresceu... sempre floresce. Acho que não foi a flor que eu queria. Só isso. Me molhei toda e ainda tenho frio. Coloco blusas, cubro os pés, acendo a fogueira, e... nada!
Queria me esconder. Estou com raiva de mim. Dos meus olhos ternos. Parece que vejo o que ninguém vê. Acredito no que ninguém crê. E no fim, de nada adianta.
Não será a primeira vez que preciso me reinventar. Quando você adia mudanças, a dor vem e faz o serviço. Novamente, vou mudar de lugar, de pessoas, de projetos. Vou abandonar vícios. Vou destrancar a porta. Chegou a hora de sair. Ainda que sem vontade, ainda que tentada a aguardar mais um pouco, sei que chegou a hora de sair.

 

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