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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Solidão não é estar só

Solidão é falta e não ausência. Pois há presença na ausência.
A pior solidão é sentida quando se está acompanhado. Ter com quem conversar e viver no silêncio. Ter com quem chorar, mas entender que só será, mais ou menos bem-vinda, se estiver sorrindo. Ter com quer sair, mas preferir ficar. Ter com quem dividir a vida porque, por exemplo, se casou, e ser apresentada ao imenso abismo que há entre teoria e prática. 
Enfim, teoricamente não há solidão quando se tem alguém ao lado. Mas quando esse alguém é apenas uma presença, essa certeza vira pó. Ter uma pessoa ao lado jamais foi sinônimo de companhia. 
Não acredito muito na solidão como uma escolha de vida. Já dizia Aristóteles que Quem encontra prazer na solidão, ou é fera selvagem ou é Deus.
Solidão a dois é a mais difícil entre as solidões, é quando se descobre, contrário do que disse no começo, que há ausência na presença. Mas também é um rico momento para se despertar e compreender que antes só do que mal acompanhado.
Quem experimenta o prazer de uma companhia, seja de amigos, filhos ou de um amor, sabe o gosto de dividir um olhar, um poema, uma paisagem. As relações precisam ser plenas. Relacionamento é via de mão dupla, seja ele de que natureza for. Se você doa sem receber nada em troca, a fonte seca. É preciso reconhecer se há, presença ou companhia ao seu lado.
O filósofo Nietzsche já sabia disso no século XIX quando escreveu - Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia.
 

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