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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Apeles e a busca por justiça

Se ainda não me sinto sob controle para , mediante uma situação surreal, escrever de forma mais racional, já que sou um poço fundo de emoção (o que, me protege de uma vida sob controle, o que para mim, significaria uma vida amorfa, insossa e inodora) vou ainda me abster de me expor escrevendo, mas, de outro modo, vou voltar a "falar" porque em um momento onde o Brasil fala, eu me lembrei que, se nunca antes me calei, porque o faria agora?
Mitos foram criados para explicar uma série de coisas que fugiam a compreensão humana... Portanto, nada melhor que eles nesse momento.

Ao ser injustamente difamado por seu rival Antífilos, que o acusou de ser cúmplice de uma conspiração diante do crédulo rei do Egito, Apeles provou sua inocência e para expressar sua indignação ele pintou um quadro. A pintura mostra um homem inocente arrastado diante do trono pelas personificações da Calúnia, da Malícia, da Fraude ou Dolos e da Inveja. Eles são seguidos de um lado pelo Remorso, uma anciã angustiada que veste roupas surradas, que vira-se para enfrentar a Verdade nua, bela e pudica, que aponta para o céu. 
A nudez da Verdade a relaciona ao jovem inocente, cujas mãos postas significam o apelo a um poder superior. Assim como o jovem inocente quase tão nu quanto ela, a Verdade não tem nada a esconder. Com seus gestos eloquentes e a expressão da única figura proeminente na pintura, ao apontar para o alto em direção ao céu mostra que uma Justiça mais elevada será dispensada ao acusado.
O Rancor, vestido de preto, conduz a Calúnia com a mão direita. A Calúnia empunha uma tocha acesa com a mão esquerda, símbolo das mentiras que ela espalhou, enquanto arrasta pelos cabelos sua vítima, o jovem seminu, pela mão direita. A Inocência do rapaz é representada pela sua nudez, que significa que ele nada tem a esconder. Ele cruza as mãos em vão, como que rogando a sua libertação a um poder superior.
Por detrás da Calúnia, as figuras da Fraude ou Dolos e da Inveja estão cuidadosamente ocupadas em trançar, hipocritamente, os cabelos de sua amante, a Calúnia, com uma fita branca e espalha rosas sobre sua cabeça e ombros. Ao serem representadas com as formas enganosas de belas moças, elas estão fazendo um uso insidioso dos símbolos da pureza e da inocência para adornar as mentiras da Calúnia.
O rei está sentado num trono erguido em um salão aberto, decorado com relevos e esculturas. Ele está ladeado pelas personificações alegóricas da Ignorância e da Suspeita, que estão avidamente sussurrando rumores em suas orelhas de burro, que simbolizam a imprudência e a natureza tola do rei. Ele tem os olhos apertados, mostrando que é incapaz de ver o que está realmente acontecendo e estende a mão cansada para o Rancor em pé diante dele.

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