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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Modéstia à parte...


Três cegos foram a um mestre discutir o que era Deus. Eles não conseguiam entrar em um acordo. O mestre, então, coloca-os próximo a um objeto e pede que cada um o descreva e diga o que é. O primeiro disse que era uma cobra; o segundo, uma árvore; e o terceiro, um grande vaso de argila. O mestre, então, lhes conta que o objeto era, na verdade, um elefante. Cada um sentia uma parte, por isso não tinham dimensão do que era o todo, mas todos falavam do mesmo ser.
E ao me deparar com esse escrito entendi que basta! Chega desse desgaste de tentar encontrar soluções para coisas que, por mais que me atinjam, estão acontecendo completamente à parte de mim. Venho atribuindo um significado aos acontecimentos que me cercam e quero que os outros enxerguem através dos meus olhos, mas isso é impossível! O problema é um, os envolvidos são vários, e cada um vê como lhe convém. Portanto chega de lutar... Exatamente isso, uma luta exaustiva, totalmente em vão. Eu não preciso provar nada nem para as pessoas próximas, que dirá para aquelas absolutamente distantes da minha alma, do meu coração e do meu corpo. 
Trocando ideia com uma grande amiga sobre esse assunto que tem me consumido, até mesmo, fisicamente,  mostrei-lhe um texto exaltado que fazia referência a esse cenário surreal, para que ela pudesse entender melhor e, passei-lhe a minha impressão - a de que aquele desabafo mostrava que outras pessoas, além de mim, estavam sendo roubadas em sua paz. Ela leu, releu, olhou para mim incrédula e disse "Não acredito! Não entendeu que esse texto foi escrito para atingir diretamente a você?" Ainda resisti - "claro que não foi para mim"... Porque seria? E ela leu frase por frase, interpretou, argumentou e me fez, finalmente aceitar que sim, aquele monte de palavras que demonstravam uma ira descontrolada, uma deselegância tão distante da minha realidade, um preconceito típico de almas escuras, inflamadas, adoecidas, estava direcionado a mim. Eu ri. Mais uma vez lá estava eu fazendo parte desse cenário de quinta categoria, sem ao menos desconfiar disso. Mas nenhum sentimento além de compaixão, teve o poder de me atingir.
Por vezes eu fico irritada comigo mesma - como posso ser tão boba? Mas resolvi me fazer um carinho perante tudo isso... Sou consciente de que não sou uma tola ingênua. Mas como disse essa amiga, dessa vez escorreguei na minha boa intenção e caí de cara na lama. Fato. É bem verdade, que, muitas vezes, eu peco por olhar o outro de forma crédula. Mas olho da única maneira que posso olhar, ou seja, através das minhas referências internas e aí muitas vezes, compro "gato por lebre". Mas não seria isso motivo de orgulho para mim? Sim. Claro que sim.
Eu sou imensamente importante para muita gente, eu sou tão querida, mas tão querida, que fica difícil a quem é apenas mais um no mundo, entender isso. Eu não sou corpo, sou alma. Eu sou leve. Eu sou plural. Eu sou doce. Sou simples. Talvez eu seja mesmo muito feia, envelhecida, fora do peso, pode ser... Mas minha alma é bonita. E, acredite se quiser, é bonita desde que eu era muito linda, muito nova, e de curvas perfeitas. Apesar de que, isso nunca me importou. Odeio estética, a não ser aquela de Aristóteles que estava ligada a ética. Coisas de filósofa.
Sou boa. Sinto a vida. Tenho bons olhos. Boa alma. Bom coração. Eu não me escoro em templos. Nem em escrituras. Não sigo a lei de Deus. Eu apenas me guio pelo meu coração, e nele, está Deus. Eu sou eu. Não carrego culpa. Não faço nada por obediência. E nem mesmo porque me convém. Sou livre como poucas pessoas e por isso, talvez por isso, eu seja tão amada e admirada. Incrível isso, mas eu sou uma pessoa admirada! Nunca disse isso, nem para mim mesma, e agora estou aqui, dizendo. Eu sei perder. Eu sei ganhar. Não julgo. Aceito. Respeito. Enxergo as pessoas além do que elas me dão. Me frustro, mas mantenho a dignidade de não mudar meus conceitos em relação a coisas e pessoas por causa desse fato. Sou humilde. E extremamente desapegada.
Eu sei somar e dividir. Eu tenho uma pureza que não se contamina. Difícil né? Pois é... Mas é assim.
Resisti ao que a maioria não resistiu: não fui contaminada. Quer saber? Modéstia à parte, sou mesmo rara e isso, de fato, incomoda. Sinto muito.

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