O blogger é atualizado de acordo com as batidas do meu coração. É um prazer tê-los comigo.

sábado, 8 de junho de 2013

Um sol que é meu

E não é que o sol nasceu hoje??? Pois é... E me invadiu. Quando abri a janela pela manhã vi que o dia seria cinza e frio. Céu confuso entre nuvens escuras. Ar fechado. Sabe dia estranho? Então... Mas não para mim. O sol nasceu, eu vi.  Apesar do dia feio e nebuloso. Ele nasceu lindo! Forte. Chegou tomando conta de mim, deixando tudo claro e aquecido. Pela primeira vez, em uma semana, as paredes do quarto não me esmagaram quando abri os olhos pela manhã. Nem o teto me sufocou. Nem quis ser engolida pelo edredon. De algum lugar vi uma fresta de luz. Empurrei a janela ainda deitada e vi um sol gigantesco, enquanto olhava um céu triste coberto de nuvens. Há dias meu despertar era uma tortura - olhos desejosos de permanecer cerrados para tudo, coração do tamanho de um pequeno grão e garganta que recebia uma mão invisível a lhe apertar covardemente. Faltava o ar, o ânimo, a coragem. Sobrava afazeres e fé. E eu seguia. Empurrada. Hoje quase flutuei. Senti o cheiro do café que não pude sentir a semana toda. Não, não troquei a marca do pó. Isso se deve, simplesmente, ao fato de que meus sentidos voltaram. Retornei da anestesia. Corri por 1 hora sob o céu azul, quando ouvi "Que ânimo heim Marcela, correndo sob essa garoa". Cumprimentei o vizinho com um sorriso e senti pesar, pelo fato  dele não poder perceber o sol. Corria enquanto sentia meu cabelo molhado pelo chuvisco que mostrava no corpo, a realidade que não era percebida pela minha alma. Ela estava tomada pelo sol. Não sei em que momento isso aconteceu. Se quando fui corrigir as provas dos meus 48 alunos adolescentes do 2º ano, e em uma questão sobre "se existiria um tipo de aula e de professor ideal", e recebi a resposta em uníssono, "sim, você e sua aula". Isso nutre. Mas, sinceramente já ouvi isso de todos eles, de várias formas. Então, pensei se não teria sido pelo fato de ter visto o anoitecer, ontem, no Rio de Janeiro, uma cidade que eu amo tanto! E ter tido a honra de  tomar um vinho, olhando pela janela que tinha como vista, o Cristo Redentor... Mas isso também não é novidade para mim. Então, pensei se não seria pelo fato de ter recebido a chave do meu novo apartamento e, com ela, ver renovada a esperança de uma nova vida. Acho que foi tudo isso, ou,  nada disso. Quem sabe...  Ou pode ter sido, simplesmente, porque minha opção de vida é sempre agradecer a tudo e a todos, por tudo e nada. Acreditar que tudo é como tem que ser.
Talvez seja porque dentro desse inegociável destino, eu possa ver o sol, enquanto meu vizinho, a garoa.

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