O blogger é atualizado de acordo com as batidas do meu coração. É um prazer tê-los comigo.

domingo, 15 de setembro de 2013

A descrição de uma dor comum

A primeira vez que li esse texto, foi há uns 2 anos atrás, e, como disse na época, nunca tinha visto uma dor  descrita com tanta objetividade. Me senti amparada. Por breves segundos tive a sensação de que a autora havia escrito para mim, aí entendi o que sempre soube - não havia sido a primeira e nem seria a última. Todos navegamos nesse barco de papel chamado amor e ao virar a esquina de uma história haverá sempre o risco de qualquer coração bater no poste e se acidentar gravemente. Mas há cura e chama-se tempo. E posso garantir que ele é muito poderoso! Naquela época eu virava uma página de muito sofrimento, perda e decepção para iniciar uma outra, cheia de expectativas e promessa de felicidade. Mas... o coração acidentou-se ainda mais gravemente que da outra vez, e, mais uma vez, surpreendentemente, me vi superando o desconforto, a traição, a decepção. Hoje estou feliz, em paz e desejando que todos estejam como eu. Olho para trás e nem acredito que atravessei mais esse umbral! Parece que faz tanto tempo... E agora, mais uma vez, encaro uma nova fase, com menos expectativas, claro. E mais uma vez, faço isso  deixando esse texto que retrata a dor experimentada pela Socorro, por mim, e por tantos "vocês", para que todos tenhamos a certeza de que sempre passa... Ah! passa... 
 
"Quando ele cruzou o limiar da porta, e o vi pelas costas, levando consigo os meus sonhos de um amor ideal, minhas esperanças de uma vida perfeita, minhas ilusões, desmoroneiO chão abriu-se sob os meus pés, e me senti tragada. 
Estava tudo acabado. 
A desilusão fechou-me as portas da alegria, e da vontade de viver, e abriu-se uma torrente de lágrimas. Eu mal conseguia acreditar que pudesse ser verdade, tudo o que estava me acontecendo. Por vezes fechava os olhos, na esperança de ao acordar, constatar que tudo não passava de um terrível pesadelo...
Mas, não era. 
A vida perdera as cores, tudo me parecia cinzento, sem sentido. Desaparecera o brilho dos meus olhos, e eu já não ouvia a música suave que cantava o meu coração.
Desmoronei.
Que dor lancinante! Nunca imaginei que o desespero causasse uma dor tão doída e tão profunda... De angústia e tristeza foram pincelados os meus dias. E o meu coração inconsolável, gemia, inconformado pela perda, e pela saudade incontida. Tudo em que acreditei, tudo o que investi, tudo que mais amei, se dissipava da minha vida como fumaça ao vento. 
Caí, me prostrei. 
Expus as feridas da minha alma. Deixei me conduzir pela solidão. Debati-me à procura de veredas, de caminhos amenos, porém, nada aplacava a minha dor. Por momentos tornei-me fria, insensível, para logo depois, tatear a procura de esperanças, e de paz interior. Sofri horrores, por dias que pareceram sem fim. E me permiti ficar assim, até me esvaziar por completo de toda dor, e perceber que a vida é mais que o desengano. Mas aprendi, às duras penas, e o desengano me fez compreender, que a vida é tecida na imprevisibilidade, por pessoas falíveis, com qualidades e defeitos, e que, portanto, estão sujeita aos desencontros,
e desencantos."  by Socorro Melo(http://msocorrom.blogspot.com.br/

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...