O blogger é atualizado de acordo com as batidas do meu coração. É um prazer tê-los comigo.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Sujeito inexistente

Que de tudo ficam lições é fato, ainda que seja apenas a importante e indiscutível lição de que tudo, realmente, passa. Foi uma fase negríssima! De perseguições contundentes, invasivas e desrespeitosas. Se eu escrevia no blog, me perseguiam com comentários ameaçadores e coisas piores. Eu não entendia para que o ataque se, no balanço geral,  todas perdemos... perdemos sonhos, tempo, e até mesmo dinheiro. Afinal quem não presenteia quando se ama? Uns presenteiam com coisas mais caras, eu, com a revisão de um livro... Fiz com prazer, fiz por acreditar, porque levei a sério aquele projeto alheio, fiz porque o editor era meu amigo, fiz porque ele fez um preço camarada para mim. Na minha mudança de casa me deparei com os 2 depósitos... Quanto desperdício... Enfim fiz e, não valeu de nada, porque sequer aquele projeto era de verdade.
Quando tudo chegou realmente ao fim, vivi meu luto, me desintegrei, e como sempre, levantei. Não foi dor de amor, claro que não, foi dor de ego, tipo aquele dramático: "mentiram pra mim". Mas quem não mente? É... todos mentem... Então, era algo pior. E era. Era uma dor advinda do susto de ter trombado com uma pessoa em quem confiei tanto, a quem me dediquei tanto, a quem me expus tanto e que era um ser inexistente. Assim mesmo, como na gramática tem uma oração com sujeito inexsitente, na minha vida vivi  uma história a dois, sem sujeito. Achei que fosse surtar, não surtei. Achei que fosse chorar meses, não chorei. Achei que eu fosse pegar o carro lotado de munição e fosse até a porta da casa dele, não fui. Achei que eu fosse armar barraco no trabalho dele, não armei. Achei que eu fosse contratar uns capangas para pegá-lo em uma curva qualquer e dar-lhe uma surra, não contratei. E quando me dei conta, passou... Até a minha raiva passou. Passou a ponto de eu lhe indicar um link de algo que seria do seu interesse. Confesso que depois arrependi, porque sei lá eu, o que na face da terra seria, de fato, do seu interesse... 
Ainda sobraram algumas pessoas daquele mesmo harém, umas só pentelham, outras somam. Umas não sei sequer se possuem mesmo aquele rosto ou se são fake, outras tenho telefones e endereço. Umas são uma sombra dessa história toda, que ficam assombrando por aí enquanto o tempo passa...  Com outra dou boas gargalhadas, e já combinamos um encontro no Rio. Na verdade, não tenho boas lembranças desse tipo de encontro... Fizemos todas parte de um mesmo enredo, que tinha como personagem central o mesmo sujeito (inexistente), mas somos indivíduos, viemos de universos diversos, temos conteúdos próprios e bagagens emocionais diferentes. Só que me esqueci disso quando fui, tranquila àquele encontro. Não faz muito tempo, e o cenário foi o mesmo: o shopping da zona norte. Vi que estava curada quando, ao entrar ali pela primeira vez depois de tudo, não senti absolutamente nada. Nem de bom e nem de ruim. O encontro foi desastroso par mim, porque impotente, eu assistia uma mulher se espernear, completamente desequilibrada, com a vida destruída, enquanto em silencio, eu agradecia a Deus pelo fato da minha sorte ter sido outra. Eu saia daquela história terrível, com minha sanidade inalterada. Ela não. Fui solidária a ela, mas não compreendi até hoje aquela dimensão toda. Aquela ali é um poço perigoso de informação, de ódio, de revolta, uma bomba prestes a explodir... Enfim, nem gosto de me lembrar.
Já há muito tempo coloquei na minha cabeça que o que a vida leva é porque não me serve mais. Hoje, feliz, sei que o que eu buscava - gente de verdade - existe, só que procurei no lugar errado. Nunca creio que temos a posse de algo, apenas temos temporariamente, afinal o "querer" é mutável, como tudo na vida. Essa certeza me acalma, ainda que não me permita aceitar falsidades, pois deixar de desejar, é diferente de brincar, premeditadamente, com vidas. Incrível, mas foi tudo tão intenso que só percebi os sentimentos que me invadiram quando deixei de senti-los.
Como dizem:
"Conheço mais sobre o desespero através do alívio. Conheço mais sobre pessoas quando elas estão distraídas de suas máscaras sociais. Por isso, para minha transparência, distraio-me. Exponho-me. Se a vida é trágica para alguns, também conheço esta face dela, apenas não me apropriei do trauma. Se a vida é dádiva para outros, me identifico. Se as coisas não estão fluindo como eu gostaria, tenho a oportunidade de desenvolver meu raciocínio para observar as coisas por outro ângulo.
Quando não há mais para onde correr é quando se aprende a voar."

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